Paranóia ou percepção realista?

Eu estou com depressão, segundo o psiquiatra.

Eu estou com transtorno do afeto, que desencadeia transtorno obsessivo-compulsivo, segundo o psicólogo.

Não, não acho bonito ser assim, não me faço de vítima à toa.

Vou tomar anti-depressivo e continuar fazendo terapia (apesar de não escutar o que o psicólogo diz, só fazer o que eu quero). Vou continuar tentando melhorar. Tenho me esforçado para não alimentar sentimentos ruins em relação ao meu namoro, tanto os fatos passados ruins quanto as paranóias a respeito de eventos futuros.

Hoje eu fui na casa do meu namorado e me senti mal., entediada... Na verdade, eu não tenho me sentido realmente bem há um bom tempo.

Várias pequenas coisas me deixaram aborrecida hoje:
-eu tinha combinado de passar a tarde na casa do meu namorado amanhã, mas aí ele me disse que os amigos dele íam lá jogar video-game, se eu não poderia ir hoje. Aceitei, mesmo porque amanhã não poderia ficar por muito tempo, pois tenho um compromisso no meio da tarde. Aí, ele me ligou hoje e me perguntou se eu não queria ir na casa dele amanhã mesmo, se não era melhor para mim, porque os amigos dele não iam mais. Resolvi ir hoje por causa do meu compromisso. Mas aí fiquei pensando: "então, ele nem tinha marcado com o amigo dele ainda, mas desmarcou comigo";

-eu tive que esperar ele levar a irmã dele no médico. Nem ligo muiiito para isso, porque ela fez uma cirurgia recentemente, mas me irritou o fato de eu ter que passar na locadora com o meu namorado para pegar um filme para ela. Pensei: "nossa, ele não pode fazer isso outra hora em que eu não esteja aqui?";

-ele me pediu para levar a minha câmera para tirarmos umas fotos nossa e das cachorras dele. Mas acabamos só tirando foto da guitarra dele e nenhuma nossa. Na hora, nem dava, porque ele ia lavar louça e depois acabou não dando tempo. Depois, pensei: "será que ele queria tirar fotos nossas mesmo ou será que só queria a câmera emprestada para tirar foto das coisas dele?";

-eu tive que esperá-lo lavar louça, uma meia hora. Pensei: "nossa, por que ele não fez isso mais cedo, já que sabia que eu viria aqui e acordou cedo? (Ele me disse que ficou brincando com as cachorras). Ou, então, por que não fez isso mais tarde ou simplesmente deixasse de fazer? A mãe dele mal deixa almoço para os filhos e ele preocupado em lavar louça para ela?".

Depois de tudo isso, ficamos juntos apenas UMA hora e ligaram na casa dele para que ele levarsse uma prima grávida ao hospital, que estava tendo contrações. Fui junto com ele porque pensei que ele ia voltar logo - só iria pegá-la e deixá-la aos cuidados do pai dele, meu sogro -, mas nem... Fomos em dois carros e, afinal, ele teve de levar a prima até um hospital longe. O que me deixou noiada é que, aí, eu falei que iria embora, mas não pude distinguir se ele achou "ruim", "triste" por eu ir embora ou não. Aí, depois, cada um em seu carro, pegamos o mesmo caminho; ele entrou num posto de gasolina e eu nem olhei para ver se tinha me acenado um "tchau". Buzinar, não buzinou. Eu virei a cara e tomei meu rumo. E me arrependi de ter ido lá.

Eu tô me sentindo o Dom Casmurro, o Bento Santiago, avaliando cada ação, cada vírgula, cada gesto. Não sei em que momento estou sendo paranóica ou realista a respeito do que ele sente por mim.

Não estou me sentindo extremamente valorizada - como me sentia, antes de termos nossa crise-, mas sei que tenho que ter paciência. Ele fala que me ama - sei que não mente -, mas, sei lá!... Ele também faz as coisas por mim e etc, mas, muitas vezes, eu tenho que dar um toque nele. E eu gostaria que ele percebesse sozinho, sem que eu tivesse que falar nada. Eu não acho que palavras me conquistem mais, me façam ter confiança em alguém. O que me conquista são as atitudes.

UM DETALHE IMPORTANTE: hoje ele fez uma "homenagem" para mim. Colocou um monte de foto nossa no mural do quarto dele e escreveu uma mensagem, em letras grandes. Ficou, claro, superbonito, fofo. Mas, como eu disse, eu preciso de atitudes, não de palavras... Se bem que fazer uma "homenagem" para alguém é uma atitude...

Como deu para perceber, estou a little bit confusa, mas escrever ajuda a refletir. Confio muito em remédios anti-depressivos, hehehe. Sei que vão me ajudar a me sentir menos infeliz - e eu não sou hipócrita quanto a isso, como muita gente é. Mais tarde, vou sondar com meu namorado a respeito de tudo que escrevi neste post.

13 comentários:

Cris Medeiros disse...

Se o psiquiatra acha que vc está com depressão e receitou medicamentos, é hora de vc tomar os remédios, tantar dar um tempo pra vc, sem analisar muito o que está em volta de vc, já que sua percepção pode estar alterada para o negativo...

Beijocas

Dany disse...

Não pensei que era tão sério, achei q era só uma crise passageira entre vc e seu namorado!
Então cuide-se! Pense mais em vc nesse momento, ao invés de ficar analisando cada detalhe do que está vivendo!
E te desejo melhoras!
Bjos

Debora Giangiarulo disse...

Concordo com os comentários acima! Se cuide, não analise tantos detalhes, com a sua percepção que provavelmente está alterada...
De um tempo pra ti mesmo, que as coisas se encaixam...
Um beijo!

Anônimo disse...

Quando se está deprimida é difícil não ficar de saco cheio de tudo, achar tudo muito chato e tedioso.
Quanto ao namoro, ele terá que ser bem paciente e você também, pois por alguma razão maluca os meninos quase nunca conseguem adivinhar o que realmente queremos. Melhoras.

Juliana* disse...

Oh querida, você errou!
Vou te contar:
-é VERDADE que conheci meu pai no dia do enterro do meu avô paterno (que eu também não conhecia...).Quando eu nasci meus pais ja tinham se separado e meu pai não foi presente em minha vida.Aí, uns dois anos atrás minha irmã veio me procurar.No fim das contas, descobri que tinha uma irmã, um irmão e três sobrinhas (como eu as amo...).A surpresa não poderia ser melhor, concorda?!!!(depois te conto mais...!!)

-É VERDADE que eu adoro comer fígado cru temperado, acho uma delícia e faz muito bem à saúde.Como desde pequena!!!

-Acredite:EU NUNCA PINTEI MINHAS UNHAS DE VERMELHO.
Sempre achei que unhas vermelhas fossem para aquelas mulheres fatais.MULHERÍISIMAS, sabe?!!!Eu sou pequena, míudinha.Mas juro, estou criando coragem para me atrever a usar este tal esmalte!
rssss

bjinhusss linda

Juliana* disse...

Voltei...
Pra falar a verdade, também sou assim...fico refletindo sobre cada ação e reação, cada movimento...A partir do momento que percebi que isso estava tomando conta de mim, tentei não me preocupar mais com ele, quer dizer, não com ele mas com as coisas que ele faz (ou não) pelo namoro...
Melhorei muito, mas confesso que é uma luta constante, pois sei que se eu me preocupar demais com essas coisas paro de pensar em mim e minha vida pára!
Deixo claro que não é um conselho, não mesmo, apenas uma partilha com um toque de compreensão!

beijosss

Letícia disse...

Faço de suas palavras as minhas ... Já nem sei distinguir a paranóia da realidade ...Sei exatamente o que você está sentindo e se fosse descrever, seria examente isso que você escreveu ...


Tomara que tudo volte ao normal p/ nós!

BjãOO*

Letícia

Letícia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Oi minha querida, primeiramente peço licença p'ra entrar no seu blog.. Quero dizer que gostei daqui e vou acompanhar.

Em relação ao seu post, eu te entendo pq me identifiquei em muitas coisas, mas você tem que tentar não contar tanto o "passo a passo" das coisas assim, pq às vezes as pessoas fazem as coisas sem ter a intenção de nos magoar.

beijinho

;*

Amanda Marques disse...

Ah a minha médica disse que eu tenho complexo de inferioridade (o q pode mais tarde levar a depressão), e uma leve (por inquanto) fobia social.
Mais sei lá, é como se eu ja tivesse me acustumado a ser assim, nem me espantei com o q ela disse.

Mais óoh te cuida em menina, toma os remédios direitinho pra ficar boa logo, e sua analise em partes só que é paranoia, muitas coisas lá eu concordo contigo.

Um Beijo, e Bom Carna =)

O Antagonista disse...

Que tal começar a procurar pelo centro de sua vida? Pela coisa mais importante que você tem? Você mesma! Colocar outras coisas no lugar mais importante, deixar-se à margem de sua própria existência, são coisas que não ajudam nem consigo mesma, nem com os outros.
Você precisa se colocar em primeiro lugar sempre!
Bem, eu sei que falar (ou escrever) é muito fácil, mas na prática, tudo é bem mais complicado.

De qualquer forma, fico aqui torcendo por você e por seus anti depressivos! rs...


Abração!

Gustavo disse...

Oi Darling,

lendo o seu post, eu penso: qual é o sentido de ir ao psicologo se você não escuta o que ele diz?

Avalie como você esta, lembro que sem seu namorado você estava bem triste... agora que esta com ele parece continuar triste, não é um momento para parar e pensar que tem que mudar na historia?

Se você precisa de atitudes, comece por você mesmo ter as atitudes, e não ficar esperando por elas.

Por ultimo, vi que você esta levando muito a sério até um evento simples, como lavar a louça: você ficou incomodada, mas ele provalmente não. Eu acho que seria legal falar com ele sobre essas coisas, que você quer passar mais tempo junto com ele, e que ele poderia deixar tudo no jeito quando você fosse na casa dele. Mas o ponto aqui tb é: se você queria passar um tempo com o seu namorado, porque não foi com ele na cozinha e o ajudou-o a lavar a louça?

Gustavo disse...

bjus!

 
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